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sábado, 1 de junho de 2013

Poemas : Esta janela despudorada

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É neste quadro que vejo a noite pintando
a ilusão; uma janela que dorme de dia
e acorda pra noite feito fêmea mundana;
abre-se às orgias entabuladas nas calçadas
pra derrogar-se em quartos,
escalando camas com atitudes ousadas

É por ela que vejo a rua descendo
sinuosa; uma serpente ondeando no escuro
com um olho de fogo riscando o vazio
e naquele dorso indolente e viscoso,
vem altivo e ardiloso
um vulto; chapéu de feltro,
sobretudo e coturno, num jeito
‘classudo’,
sexy,
felino,
ferino
em negro,
que entontece meu subjetivo
olhar, ao camuflar-se com a noite.

A puta janela abre-se mais ainda
escancarada como a vadia
que se oferece a audaciosas fantasias.
Faz-me ver o brilho de dentes
o detalhe das mãos
o cigarro entre os dedos ardendo
e olhos ferozes me comendo...
Caio atordoada
ao descobrir que a poesia que
me clama,
[nome suave e feminino]
se aproxima com ardil masculino
corrompendo a ficção
em versos que terminam
abraçados num corpo de um homem.


Por: MarySSantos

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=244649#ixzz2UvrezRJP 
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